19 março 2010

um grande VIVA aos PAIS!!!!

Para celebrar tão glorioso dia, aqui vos deixo dois artigos do Notícias Magazine de 14 de Março.
Acima de tudo, neste dias, celebramos o amor. O amor incondicional. E esse é o melhor caminho para a felicidade :)
Se os pais não têm o tão afamado instinto maternal, o que é bastante natural basta ver o nome :), têm concerteza o instinto paternal!!
Podem vestir os filhotes com roupas absolutamente incríveis, fazer brincadeiras acrobáticas dignas de circo, deixar os nervos das mães em franja quando perguntam pela enésima vez a que horas era a reunião na escolinha, mas AMOR é AMOR, e se os deixarem(os outros e eles próprios se permitirem) são capazes de deixar adivinhar um coração gigante e um colo do tamanho do mundo.


"Pais em regime de exclusividade
por Gabriela Cerqueira. Fotografia de António Pedro Santos

Ficam em casa a cuidar dos filhos, ganham prática a trocar fraldas e a preparar biberões. Quase um ano depois de entrar em vigor a nova lei, há cada vez mais homens a aderir à licença parental partilhada. Movidos pelo regresso das mães ao trabalho ou pela circunstância do desemprego, alguns pais não abdicam de acompanhar os primeiros meses dos filhos. As histórias de quatro homens, pais a tempo inteiro, em regime de exclusividade. " aqui

"Os outros pais
por Mónica Menezes. Fotografia de António Pedro Santos

Não os viram nascer, não cortaram o cordão umbilical, não lhes deram nome, mas amam-nos como se fossem sangue do seu sangue. Os padrastos, os homens que as mulheres escolheram na altura de dar uma segunda oportunidade ao amor, mostram-se cada vez mais rendidos aos filhos delas e, com naturalidade, assumem-se como os outros pais. Os sentimentos de quatro homens que se entregaram de corpo e alma para amarem como suas as crianças que não lhes eram nada." aqui

11 março 2010

Ser-se pai hoje é mais complicado

"Ser-se pai hoje é mais cpmplicado, sabe porquê?", questiona Julio Machado Vaz. "Porque o século XX foi o século dos especialistas. Até aí, a malta ia educando os filhos como sabia. E, de repente, apareceram os especialistas. Eles fazem o melhor que podem, mas o que aconteceu é que começaram a escrever livros sobre "como é que se educa bem a criança" e, depois, a pessoa fica com a sensação que está a fazer asneiras e de que tem de seguir aquilo que os especialistas dizem. Mas, como nós sabemos, não há pais nem mães perfeitos. Embora gostássemos de ser. Portanto, encontramos hoje uma ansiedade na educação dos filhos que não existia no passado."

in "Não quero ser Mãe" de Laura Alves, pg.81, ISBN 978-972-770-654-9

08 março 2010

Dia Internacinal da Mulher

"Muitas pessoas perguntam hoje, qual o sentido de comemorar o Dia Internacional da Mulher. Muitas mulheres sentem-se até de certa forma ofendidas como o dia, como se fossem inferiores e precisassem de um dia especial a si dedicado, uma espécie de epitáfio/esmola sem sentido nem sentimento…

Mas afinal, onde é começou este dia, e qual o propósito?

Há 153 anos, no dia 8 de Março de 1857, teve lugar aquela que terá sido, em todo o mundo, uma das primeiras acções organizadas por trabalhadores do sexo feminino. Centenas de mulheres das fábricas de vestuário e têxteis de Nova Iorque iniciaram uma marcha de protesto contra os baixos salários, o período de 12 horas diárias e as más condições de trabalho. Durante a greve deu-se um incêndio que causou a morte a cerca de 130 manifestantes.
Em 1903, profissionais liberais norte-americanas criaram a Women’s Trade Union League. Esta associação tinha como principal objectivo ajudar todas as trabalhadoras a exigirem melhores condições de trabalho.

Em 1908, mais de 14 mil mulheres marcharam nas ruas de Nova Iorque: reivindicaram o mesmo que as operárias no ano de 1857, bem como o direito de voto.

Será que as feministas/socialista de há 100 anos atrás teriam noção do que seria a sociedade de hoje? Será que elas teriam noção que as mulheres conseguiriam, pois claro, a plena integração no mercado de trabalho e a total emancipação?

Certamente se espantariam de saber que após todas estas conquistas, as mulheres ainda seriam discriminadas em pleno séc. XXI pelas questões biológicas e de género…

Se há mais de 150 anos o motivo que levou as mulheres à rua era claro – trabalho e direitos iguais para homens e mulheres – a verdade é que na sociedade de hoje temos tendência para pensar facilmente que já não há injustiças de género e que as mulheres ocupam lugares de topo no trabalho. Como se estivesse tudo bem.

Mas não está. As mulheres, ainda que plenamente integradas no mercado de trabalho e ocupando lugares de topo, sofrem enormes pressões. As que são mães, não podem dedicar-se integralmente a essa condição, precisamente pelas limitações que o trabalho e as responsabilidades profissionais lhes impõem. As que não são mães, vêm muitas vezes os seus projectos de maternidade adiados devido ao peso que o trabalho ocupa nas suas vidas, e à possibilidade (nada remota) de serem despedidas ou substituídas quando engravidarem.

Quem nunca ouviu as histórias de entrevistas de emprego, onde se pergunta a uma mulher se tem filhos, e em caso de resposta negativa, se está a pensar engravidar? Será que fazem a mesma pergunta se for um homem: “O Senhor, está a pensar engravidar a sua companheira?…”

Estas situações passam-se em qualquer empresa respeitável, aos olhos de toda a gente, e com o conhecimento de todos, e essa situação, só por si, seria o suficiente para justificar a existência do dia de hoje.

Depois, por outro lado, temos as mulheres que abdicam de carreiras profissionais para se dedicarem a 100% à maternidade. São poucos os apoios que encontram por parte da sociedade, e esbarram muitas vezes com a perplexidade dos que as rodeiam, por terem deixado carreiras promissoras, para estarem em casa “sem fazer nada”, ou serem domésticas.

Por aqui se vê a preconceito que existe relativamente aquelas que fazem trabalho doméstico (leia-se na sua casa, cuidando da sua família): este é visto como um trabalho menor e nada valorizado (não há ordenado, não há férias, não há descontos para a segurança social) e como sendo um último recurso para quem não consegue um emprego.

É fácil percebermos, nos meandros do feminismo do séc.XXI, que o que condiciona as mulheres, e as torna discriminadas relativamente aos homens, são sem dúvida as questões biológicas. As mulheres (ainda) são as únicas capazes de gerar vida, e abnegadamente geram um novo ser durante 9 meses. E são essas discriminações que a mim, particularmente, mais me interessam combater…

Os direitos da mulher durante a gravidez e parto estão ainda longe de ser uma realidade, tanto nos países em desenvolvimento como nos países desenvolvidos e industrializados.

As complicações decorrentes da gravidez e parto são a maior causa da mortalidade feminina no mundo. Nos países pobres e subdesenvolvidos, não há serviços de saúde disponíveis e as mulheres acabam por morrer de complicações que seriam facilmente resolvidas por uma parteira ou enfermeira especialista. Noutros casos ainda, são os homens que vedam o acesso das mulheres aos cuidados de saúde, por questões de crenças, baixos rendimentos ou até exercício desmedido de controlo e poder.

Nos países desenvolvidos a realidade é outra, ainda que a discriminação continue. Os cuidados de saúde são cada vez menos de acesso universal, e quem tem dinheiro para pagar é quem fica melhor servido. Por outro lado, os negócios das companhias de seguros e indústria farmacêutica, têm sucessivamente colocado os seus interesses financeiros à frente dos direitos das mulheres. Milhares de cesarianas são feitas anualmente no Brasil e EUA, por exemplo, sem qualquer justificação médica, apenas porque é um procedimento mais bem pago e feito em menor tempo, trazendo consequentemente maior rentabilidade aos prestadores de cuidados. Um pouco por todo o mundo industrializado, há cada vez mais mulheres a sofrerem de complicações graves decorrentes de partos demasiado instrumentalizados e traumáticos, e as taxas de mortalidade materna têm vindo a subir à medida que vemos as cesarianas a aumentar

Por todas estas realidades, continua a ser preciso lutar por mais direitos. É já em Setembro de 2010 que se irá discutir em Estrargurbo: “Birth Is a Human Rights Issue”. O nascimento é uma questão de Direitos Humanos.

Hoje, como há 150 anos atrás, é importante dar voz e visibilidade às mulheres."

Por Rita Correia aqui

04 março 2010

Mulheres

As mulheres aspiram a casa para dentro dos pulmões
E muitas transformam-se em árvores cheias de ninhos - digo,
As mulheres - ainda que as casas apresentem os telhados inclinados
Ao peso dos pássaros que se abrigam.

É à janela dos filhos que as mulheres respiram
Sentadas nos degraus olhando para eles e muitas
Transformam-se em escadas

Muitas mulheres transformam-se em paisagens
Em árvores cheias de crianças trepando que se penduram
Nos ramos - no pescoço das mães - ainda que as árvores irradiem
Cheias de rebentos

As mulheres aspiram para dentro
E geram continuamente. Transformam-se em pomares.
Elas arrumam a casa
Elas põem a mesa
Ao redor do coração.
Daniel Faria